quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Máscaras




Pessoas usam máscaras e fantasias também no dia a dia



Marina Gold



O Carnaval vem aí, suspendendo a rotina da vida diária com suas cores, brilhos e batuques, numa explosão de alegria que envolve as pessoas, dando a elas o poder de serem alguém outro: fada, bruxa, rei, rainha, pirata, cigana.
No Carnaval, as mágoas são esquecidas, os problemas adiados. Para muitos é como um sonho, que anula as dificuldades e adia os infortúnios, num festival de máscaras e fantasias: no meio do salão, a bailarina beija o faraó, enquanto o espantalho puxa o cordão das Gatinhas de Batom.
O Carnaval, porém, não se limita aos quatro dias de folia: quando menos esperamos, topamos com o nosso "carnaval pessoal", quando usamos máscaras e fantasias diversas, para atuar no cotidiano.
Quem nunca se fantasiou de nora boa, de marido dedicado, de funcionário feliz? Quem nunca exibiu a máscara da felicidade, com o peito dilacerado e a alma sangrando? Quem nunca escondeu o tremor das mãos frente a uma decepção? Quem nunca engoliu as lágrimas ao ser vítima de uma rejeição?
Além destas fantasias pessoais, temos ainda de enfrentar o "carnaval alheio", as máscaras que muitas vezes se exibem para nós, como aquela da amiga perfeita, que nos toma o marido; ou aquela do colega dedicado, unha e carne conosco, que acaba nomeado para chefe em nosso lugar. Por isso, na vida, também é necessária uma quarta-feira de cinzas, dia de tirar as fantasias, pessoais ou alheias e, com isso, atingir a liberdade.
Qualquer máscara, qualquer disfarce, pesa. Despir as fantasias e ser exatamente o que se quer, é uma atitude difícil, quase impossível nesse universo de hipocrisias em que se vive, embora seja libertador. Descobrir o que está atrás da máscara alheia é um exercício de percepção e sensibilidade, que temos dificuldade em realizar sem ajuda. Um sensitivo, um tarólogo, um astrólogo, podem ser extremamente úteis numa busca dessa natureza.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Respeito pela evolução do outro

Quando se vai até o inferno atrás de alguém, tem que se estar preparado para tudo, e disposto até mesmo a se engrenar na loucura do outro a ponto de perdermos a nossa lucidez, e é assim quando não aceitamos a caminhada do outro, com suas limitações, erros, fraquzas, dificuldades.
Viver na dor do outro não ajuda, só faz com que ambos permaneçam na mesma frequência sem resolução.
Isso cessa quando entendemos que não temos vínculos de posse. Não somos marido e mulher, estamos marido e mulher, cada um no seu ritmo de caminhada, de entendimento e de evolução.
Abaixo a cena do filme ''Amor além da vida", onde vemos exatamente este problema se configurando na vida dos personagens já desencarnados.

http://www.youtube.com/watch?v=Vps2RKg2mzQ&feature=related

Cenas de filme


Tem um filme de 1997 chamado "O contato" com Jodie Foster. Acho um dos melhores filmes de ficção que já vi.
Uma das últimas cenas onde a personagem principal faz um delocamento em dimensões paralelas e encontra seu pai que desencarnou quando ela era criança é de arrepiar.
Se tiverem oportunidade vejam o filme completo.
Gravei o link para esta cena dêem uma olhada, mas vale a pena ver ela completa no filme.

http://www.youtube.com/watch?v=Vps2RKg2mzQ&feature=related

As colheres de cabo comprido


AS COLHERES DE CABO COMPRIDO

Dizem que Deus convidou um homem para conhecer o CÉU e o INFERNO.

Foram primeiro ao inferno. Ao abrirem a porta, viram uma sala em cujo centro havia um caldeirão de sopa e à sua volta estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher de cabo bem comprido, que lhes permitia alcançar o caldeirão, mas não a própria boca.O sofrimento era grande.

Em seguida, foram ao céu. Era uma sala idêntica à primeira: havia o mesmo caldeirão , as pessoas em volta, as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos estavam saciados.

- Eu não compreendo - disse o homem a Deus -porque aqui as pessoas estão felizes enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?

Deus sorriu e respondeu:

Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros.

(Desconheço o autor)


Ninguém vive sozinho neste mundo, é ilusão acreditar que somos sabedores e auto suficientes, que vamos resolver todas as nossas dúvidas, que poderemos sem ninguém sobreviver a cada turbulência gerada pelos nossos erros.

Às vezes olho pessoas, na rua, sei de estórias de vidas abandonadas, solitárias no final.

Avalio a tristeza delas neste momento, nesta solidão.

E o que será que fizeram? Como será que viveram, será que lembraram em algum momento de esticar o braço e alcançar a boca do outro com a sua colher para também poder ser alimentado pela colher do outro. Vivemos muito isolados, com medo, não atendemos ao chamado do irmão que tem fome, que tem frio, e não lembramos que um dia o futuro virá. E como será? onde estaremos no céu ou no inferno ??

Quem vai nos alimentar seja com alimento, carinho, atenção se não alimentamos, não demos carinho, não demos atenção durante a nossa vida, quem fará isso por nós???